Dia: Quarta-feira, dia 15 de julho de 2020;
Hora: 10h00 (Brasília), 12h00 (Praia - Cabo Verde), 13h00 (Bissau, São Tomé), 14h00(Lisboa, Luanda, Malabo), 15h00 (Maputo), 21h00 (Pamgin), 22h00 (Dili)
Resumo: Os manuscritos iluminados são bens preciosos e insubstituíveis da nossa herança cultural. Estes tesouros podem estar em risco. Risco de perda do que os torna objectos únicos, a cor das suas iluminuras e a tinta usada na escrita, devido à sua degradação.
Neste webinar, caracterizaremos com rigor as moléculas da cor das tintas ferrogálhicas, usadas na palavra escrita desde a antiguidade até ao séc. XIX. Este conhecimento servirá uma conservação sustentável, feita à medida do objecto cultural, respeitando simultaneamente o ambiente e a saúde humana.
Como disse Pasteur, "Não podemos conservar, o que não conhecemos bem", e assim, a investigação das tintas ferrogálhicas, será alicerçada num "feedback" virtuoso, onde a análise molecular de sistemas complexos dialoga com a investigação em reconstruções de tintas medievais, que nasce da interpretação de tratados técnicos [1].
Como exemplo da nossa abordagem, terminaremos a nossa intervenção, com a investigação de um azul medieval (folium), cuja estrutura molecular vários grupos procuraram, em vão, determinar. O corante extraído da Chrozophora tinctoria é diferente de todos os corantes históricos conhecidos, o que permitiu publicar numa revista de impacto do grupo Science [2]. A descoberta foi divulgada nos media e festejada pela comunidade científica.
[1] Herit. Sci., 6 (2018) 63 https://heritagesciencejournal.springeropen.com/track/pdf/10.1186/s40494-018-0228-8
[2] Sci. Adv., 6 (2020) https://advances.sciencemag.org/content/6/16/eaaz7772/tab-pdf
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